O início da produção só foi possível devido a uma parceria entre a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Hortaliças, Prefeitura Municipal de Portalegre e o Sebrae no Rio Grande do Norte, que estabeleceram, em 2018, um termo de cooperação técnica para implantação do Projeto de Desenvolvimento da Cultura do Alho em Região Serrana do Rio Grande do Norte.
Porém, as primeiras análises da viabilidade ocorreram ainda em 2015, quando pesquisadores da universidade realizaram as primeiras plantações experimentais na região e confirmaram a possibilidade do cultivo em algumas áreas da serra, cujas altitudes chegam até 800 metros acima do nível do mar. O trabalho é coordenado pela professora da Ufersa, Maria Zuleide de Negreiros.
A hortaliça está sendo cultivada nos sítios Tibau, Jenipapeiro, Encruzilhada e Santo Antônio, além de uma área da Associação dos Produtores Rurais de Portalegre (APRUP), que mantém um telado (espécie de estufa) para cultivo das sementes que servem para a safra seguinte. Para se ter uma ideia do potencial da região, basta saber que, somente entre 2018 e 2019, foram produzidas e comercializadas aproximadamente 30 toneladas de alho. Neste ano, o cultivo começou no mês passado e a estimativa é que a colheita já ocorra entre o final do agosto e início de setembro.
As espécies plantadas, mais resistentes a vírus, são o alho nobre - que se diferencia por ter um sabor incorpado, gourmet e, por isso, bastante apreciado por chefs de cozinha e proprietários de restaurantes - e o alho cateto roxo, que é precoce e destinado principalmente às indústrias de beneficiamento de temperos e também ao consumidor final.
Um dos produtores de alho é Hermes Dias, que também é gerente de agricultura do município. No ano passado, ele chegou a manter 36 canteiros - cada um com 20 metros quadrados de cultivo da hortaliça. Mas, em 2020, houve uma redução da área cultivada, muito em função da pandemia que impediu o acompanhamento in loco dos técnicos. "Está sendo um ano atípico, devido ao novo coronavírus. Estamos com apenas 15 canteiros cujo foco é a produção de sementes pensando na safra do próximo ano", diz o produtor.
FONTE: AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS